11032019
Mãe e Bebê solo
Você sempre soube que não seria fácil.
Mas é na prática que se descobrem os verdadeiros perrengues de ser mãe auto-suficiente.
Muitos problemas são previsíveis , como cuidar de um bebê e de uma casa sozinha?
O que fazer na hora de sair para trabalhar?
Como arcar com a maior parte das despesas?
A lista é grande.
Mas há dificuldades que surpreendem.
Na correria do dia a dia
São detalhes do cotidiano que pegam de surpresa, como não ter com quem deixar o bebê enquanto vai ao banheiro ou toma banho, por exemplo.
Este é um problema que afeta toda mãe , mas para quem mora sozinha com a criança ele acontece todo dia, incluindo fins de semana.
Tem também as saídas para imprevistos.
E se acaba o leite?
E se precisar ir comprar remédio?
Aí é conhecer todas as opções de delivery possíveis (ou ter o contato de um portador de confiança), ou a alternativa é carregar a criança junto, não importa a hora.
Na hora do sufoco
Quando a criança fica doente a coisa pega.
Cenas como levar ao médico enquanto o pequeno não para de vomitar no banco de trás do carro , ou não ter quem segurar a criança e as tralhas enquanto você tenta pagar o ônibus , são algumas das situações relatadas por mães solteiras.
Isso sem contar o fato de não ter com quem dividir a angústia desse momento, no meio da madrugada, quando a febre não para de subir e você tem de decidir, sozinha, se está ou não na hora de levar ao pronto-socorro.
Ficar sem o filho em datas especiais
Para as mulheres que dividem a guarda, um problema que só é considerado quando vivido é ficar sem o filhote em datas especiais como o Natal e o aniversário da própria criança.
Além de uma tremenda solidão por estar sem seu grande parceirinho de vida, fica sempre aquela pulga atrás da orelha sobre o que estará acontecendo do lado de lá.
Será que está sendo bem tratado pela outra família?
Estará se divertindo?
A solidão surpreende muitas mães, mesmo nos dias de visita normal à casa do pai. O que fazer com tanto tempo livre?
Qual é a graça?
Você vê tantas mães sonhando por um tempo só para si e tudo o que você quer é seu filho de volta.
Ter de abrir mão do controle sobre a criança
Quando se vive com o pai da criança, é muito mais fácil negociar as discordâncias em relação ao jeito de educá-la.
Mas, se você não está por perto, como garantir que seu filho será tratado de acordo com as suas convicções?
Há mães que, na tentativa de proteger a criança e garantir que ela seja sempre bem cuidada, preferem simplesmente evitar que o pai e a família dele façam parte da vida do filho.
É uma "solução" que pode parecer fácil, principalmente quando o pai não parece estar muito interessado e quando a mãe não precisa tanto dividir as despesas da casa.
O problema é que a criança estará sendo privada de ter um pai e toda uma família, que faria parte da sua vida .
Perceber isso e engolir a ansiedade é uma das tarefas mais difíceis para qualquer mãe solo.
O problema da distância
Quando pai e mãe moram em bairros distantes, a operação de levar a criança para lá e para cá já pode ser difícil.
Mas e quando um deles muda de cidade, de Estado ou, pior, de país?
É um problema em que pouca gente pensa, mas é uma verdadeira tragédia para um dos pais ter de se afastar da criança, por conta de uma mudança que não tem nada a ver com a sua vida.
Nesses casos, é preciso determinar judicialmente o que é ou não permitido para cada parte, e colocar o interesse da criança à frente.
Se você tiver que se mudar e quiser levar a criança, vai saber que a estará privando de uma convivência muito importante, com o pai.
E tem de estar consciente de que é provável que seu filho passe longas temporadas, nas férias, longe de você.
São situações difíceis que são negociadas e contornadas de maneira positiva se todos levarem em conta o interesse da criança em primeiro lugar, e buscarem se colocar no lugar do outro.
O inevitável preconceito
Além de todas as questões de ordem prática, talvez a mais difícil seja lidar com o preconceito e com o estranhamento causado por não ser uma família tradicional.
Prepare-se com antecedência para responder à pergunta "Cadê o pai?".
O melhor é dar a resposta mais natural possível, dizendo a verdade, mas sem dar muitos detalhes.
Para mães que têm uma produção independente, ou para os casos em que o pai realmente não participa da vida do filho, ainda há o medo de enfrentar o questionamento da própria criança.
Mais uma vez, diga a verdade.
E por pior que ela possa parecer, mostre sempre o quão forte é o vínculo de vocês.
A frase "Filho, a mamãe está aqui com você e vai fazer de tudo para sempre estar ao seu lado" é sempre tranquilizadora.
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